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quinta-feira, 19 de maio de 2011

CASARÃO E MUSEU FRIEDRICH-1845

CASARÃO E MUSEU

FRIEDRICH

Patrimônio Histórico e Ambiental
Preservando a Memória da Vida Colonial

ORIGEM

Fazem mais de 150 anos que tudo começou aqui.
Lá pelo ano de 1845, o imigrante alemão George Michael Renck mandou construir, nesta Colônia de nº 30, “ao pé da serra”, sua casa de moradia,“assobradada” . Ao mesmo tempo, edificou o prédio da Atafona, destinada a beneficiar sua produção de mandioca, em farinha e polvilho.
Georg M. Renck possuía, até, um logotipo (G M R), vazado em uma folha de zinco, exposta no Museu, para marcar os sacos brancos de farinha.
A farinha era destinada, basicamente, ao mercado externo, mais rentável e com forte demanda nos países vizinhos, do Rio da Prata, bem como, no nordeste brasileiro. As perspectivas favoráveis da época, talvez, tenham sido boas razões, para construir esta casa senhorial e a “robusta” Atafona.
Ao agregar valor ao seu produto, estava aumentando a renda da propriedade e assegurando saldar seus compromissos em dia. Sempre afirmamos que o Sr. Renck era um homem muito inteligente, pois, só recentemente, os técnicos estão falando em “valor agregado”, estimulando as agroindústrias, principalmente, as familiares e as de grupos de pequenos produtores rurais. Parece ter-se tornado norma, o que Renck já sabia.

NOVOS PROPRIETÁRIOS : - FAMÍLIA FRIEDRICH

Já havia, pois, um bom começo, quando Johann Saenger, casado com Maria Magdalena Friedrich , comprou a Colônia, lá pelos anos de 1878. Após dez anos de casados, Johann veio a falecer, deixando a viúva, com 5 filhos menores. Sozinha, tornava-se muito difícil ou, quase impossível, para ela, sobreviver da agricultura. Entretanto, como se sabe, os laços de solidariedade e irmandade eram muito valorizados nas famílias de imigrantes. Logo encontraram a solução: o casal Anton e Elizabeth Friedrich que vivia no Travessão dos Dois Irmãos, prontificou-se a permutar sua área do Travessão, pela Colônia Nº 30. De acordo com as escrituras, lavradas em fevereiro de 1887. A transação custou a Anton e Elizabeth, a soma de $ 5:000 (cinco contos de reis).
A família Friedrich, como seus antecessores, praticava uma agricultura de subsistência. Além disto, plantava mandioca e produzia farinha e polvilho. A Vó Elizabeth contava que fora muito duro, no princípio, subsistir e produzir excedentes para vender e assim pagar as dívidas.
Em 1918, a família decidiu desativar a Atafona de farinha, porque a mesma se tornara antieconômica. O maquinário, movido à tração animal (bois e burros), já desgastado, se tornara obsoleto.

RESTAURAÇÃO E REFORMAS

Desde então, a Atafona, encontrava-se abandonada, deteriorando-se, dia após dia. De um lado, pela ação do tempo, a falta de manutenção, a subtração de peças, e, por outro, a ação implacável dos cupins.
Depois de a Família ter doado dois hectares de terra para a construção do “Hospital Operário”, hoje, municipalizado, além de um hectare para os edifícios que lhe ficam em frente, vendeu uma área de 15 há ao IAPI, para a construção da “Vila Operária”. Os três irmãos (Luis, Germano e Carlos) dividiram o dinheiro e as terras restantes, no sentido N/S, de travessão a travessão. Tocou a Germano o quinhão do meio, com a infra- estrutura: casarão, atafona, estábulo, etc.
Só então, com o resultado da venda, Germano conseguiu fazer uma reforma/restauração nas edificações e no entorno do Casarão. Isto foi em 1945/46.
Como o pai Germano nasceu no ano de aquisição da propriedade (1887), ele conhecia tudo a respeito, facilitando, assim, a restauração.

SEGUNDA RESTAURAÇÃO

Depois dessa reforma/restauração, outra vez as edificações e benfeitorias sofreram a ação do tempo e da insuficiente conservação, pois, Germano falecera em 1971, diminuindo, assim, os cuidados necessários à preservação do patrimônio. Por acordo entre Odilo e Níveo, filhos de Germano e Cecília, tocou ao primeiro, suceder aos pais e avós na posse do patrimônio, com suas benfeitorias. Esta infra-estrutura está situada, hoje, sobre uma área de 6,5 há de terras.
A restauração do Casarão e dos prédios, foi a tarefa primeira da qual tivemos que preocupar-nos, logo que nos mudamos de Brasília, para cá, em 1985.
O conserto e a restauração das edificações exigiram um considerável esforço, tempo e custo, pois, além de reformar, desde o telhado, até o assoalho, foi preciso instalar novos equipamentos que tornassem o Casarão mais condizente com uma moradia dos tempos atuais, sem descaracterizar sua origem rural.

PATRIMÔNIO HISTÓRICO E CULTURAL DO MUNICÍPIO

Enquanto isso, nos empenhávamos, junto ao poder público do município, para credenciar o Casarão, as demais benfeitorias e o ambiente rural, como patrimônio histórico e cultural. O título foi concedido, em 15 de março de 2001. A área ocupada com os prédios foi isentada do pagamento do IPTU. Entenda-se bem, somente os prédios.
Posteriormente, em 2008, a isenção foi estendida, também, à área excedente, ou seja, ao total de 6,5 há, considerada como indispensável para proporcionar ao patrimônio a ambientação da qual necessita, para guardar sua identidade e a origem colonial.
Essa nova situação permitiu repensar o destino a ser dado a um patrimônio de inquestionável significado histórico, cultural e ambiental.
Sem uma legislação favorável teria sido impossível mantê-lo, preservá-lo e disponibilizá-lo à comunidade.

O MUSEU

Como a propriedade já não oferece possibilidade de gerar nenhuma renda do tipo agropecuário, devido às condições de sua localização urbana, à falta de mão de obra qualificada, à insuficiência de área economicamente viável e várias outras, optou-se, pois, por restaurar e re-montar a Atafona, cujas peças achavam-se espalhadas dentro e fora do recinto.
Ao mesmo tempo, fomos reavivando outros objetos, equipamentos e instrumentos de trabalho e de uso geral, que integram o acervo remanescente das varias gerações que por aqui passaram.
A idéia de formar um Museu, embora tenha sido um projeto acalentado por muito anos, foi-se concretizando, mais rapidamente, após contar com o apoio direto da companheira Anelise Kunrath, bem como, de uma equipe de marceneiros e de outros profissionais e amigos, no ano de 2009.
Entretanto, desejávamos um Museu dinâmico, vivo, e que fosse ao mesmo tempo didático. Um acervo que facultasse e motivasse pensar, refletir e entender como eram a vida e o trabalho duro, nos tempos idos, de nossos antepassados.
Além disso, o Museu devia ser um lugar aprazível, onde se pudesse ver, além do acervo, pedagogicamente disposto, reminiscências agro-pastoris ( plantas e animais de várias espécies) e plantações demonstrativas, tudo inserido em um ambiente ecologicamente correto.
Queríamos oferecer um cenário que significasse e proporcionasse, durante sua visita, constantes momentos pedagógicos, de reflexão, tanto para crianças e adolescentes, como para adultos.

HOMENAGEM E AGRADECIMENTOS

Ao finalizar, desejamos agradecer, de coração, a todas as pessoas que sempre nos estimularam e continuam a valorizar o nosso trabalho. Aos que direta ou indiretamente, colaboraram, para tornar realidade este projeto. Seguramente, as gerações futuras, também lhes agradecerão.

Propositalmente, estamos “inaugurando” o museu, neste dia 22 de novembro, como uma homenagem, ainda que pequena, a Germano Fernando Friedrich, pai de Odilo, Níveo e Jaime, pois, esta é a data do seu nascimento. Louvor e agradecimento, por tudo o que ele fez e nos ensinou, através, de cada gesto, de cada palavra, ou, de um simples olhar.

MUITO OBRIGADO A TODOS ! ! !


Novo Hamburgo, 22 de novembro de 2009

Estrada Germano Friedrich, nº 55
Bairro Guarani
CEP-93357-010
Novo Hamburgo, RS
www.museufriedrich.com.br

4 comentários:

  1. Uma lástima o incêndio.
    Sempre me encantava ver está morada.
    Muito lindo lugar !!

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  2. Lindo lugar e muito legal saber da história, porém eu não sabia do museu... Ainda está aberto para visitação? Seria interessante, depois da reforma do incêndio, divulgar e incentivar a visita da comunidade e arredores. Desejo que o casarão se recupere dessa tragédia e permaneça abrilhantando Novo Hamburgo com sua beleza e simplicidade.

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  3. Nasci e me criei brincando nessa redondeza, brinquei ,pesquei,Tomei banho na Lagoa e posei na casa de caseiro com meus amigos que um deles o Pai era caseiro, muito boa recordação, contando História de Terror sem luz elétrica e muitos , mais muitos Morcegos.

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